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16 de Abril de 2024
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    Médico que faltou a plantão é indiciado por omissão de socorro

    Chefe da equipe no Natal disse nunca ter visto o neurocirurgião

    O delegado titular da 23ª DP (Méier), Luiz Archimedes, indiciou por omissão de socorro o neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que faltou ao plantão no Hospital m unicipal Salgado Filho, no Méier, na noite de 24 de dezembro. O policial tomou a medida depois de ouvir o médico Ênio Eduardo Lima Lopes, chefe da equipe de plantão naquele dia.

    Lopes afirmou que era da mesma escala que Adão há dois anos, mas que nunca tinha visto o neurocirurgião. O chefe do plantão compareceu ontem à delegacia depois de faltar a duas requisições para depor no inquérito que apura o crime de omissão socorro a Adrielly dos Santos Veira, de 10 anos. A menina foi baleada na cabeça na véspera do Natal e, depois de chegar ao Hospital Salgado Filho, ainda teve que esperar oito horas para ser operada. Ela morreu na última sexta-feira, no Hospital Souza Aguiar.

    Lopes afirmou que, logo depois de ter sido informado do caso, acionou por fax o sistema de Vaga Zero da Central de Regulação de Leitos do município, para que a vítima fosse transferida imediatamente, sem consulta sobre a existência de vaga. Segundo o delegado Luiz Archimedes, que ouviu o médico, Lopes explicou que o Salgado Filho não dispõe de ambulâncias próprias e que, por isso, tentou utilizar um veículo de uma empresa que estava na frente da unidade. Ainda de acordo com o depoimento do médico, os funcionários da empresa teriam dito que não poderiam fazer a transferência porque a ambulância era para uso de adultos.

    Lopes contou ainda que o fax foi enviado por Rafael José, funcionário do núcleo interno de regulação de leitos, e que foi recebido por Fernando Parreira, na central de regulação. E explicou que, como chefe de equipe, compete a ele assinalar a falta de funcionários no livro do plantão. Ele salientou, porém, que não compete a ele o corte do ponto do dia do profissional. O delegado disse que vai intimar outros funcionários do Hospital Salgado Filho para depor.

    Pena pode ser triplicada

    Concluído, o inquérito aberto pelo delegado será enviado ao Ministério Público. A pena para omissão de socorro é de um a seis meses de detenção, podendo ser triplicada em caso de morte. O inquérito também será enviado à Secretaria municipal de Saúde, que instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar todos os aspectos do caso - inclusive se houve ou não pedido de transferência.

    A secretaria afirmou que a Central de Regulação de Leitos do município funciona em tempo integral, 24 horas por dia, regulando leitos de hospitais federais, estaduais e municipais, além das agendas dos ambulatórios. (O Globo)

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