Anastasia reduz tarifa de ônibus intermunicipal

Milhares de pessoas voltaram às ruas de Belo Horizonte ontem no dia em que tanto a Prefeitura quanto o Governo do Estado anunciaram reduções de tarifas dos ônibus. Eram cerca de 20 mil manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar.

De manhã, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) deu detalhes de um projeto de lei que prevê a desoneração total do ISS sobre o transporte público. Se aprovado pelos vereadores, a medida, segundo ele, permitirá uma queda de R$ 0,05 no preço da passagem. Em dezembro, a tarifa foi reajustada de R$ 2,65 para R$ 2,80.

Horas depois foi a vez do governador Antonio Anastasia (PSDB). Ele anunciou uma redução de R$ 3,45 para R$ 3,30 na tarifa dos ônibus intermunicipais que circulam na região metropolitana de Belo Horizonte. A nova passagem começa a valer em 1º de julho por meio de um ato administrativo.

Redução no preço das passagens é apenas uma das muitas reivindicações que têm sido levantadas nos protestos da capital mineira. E os anúncios - em particular o do prefeito - não convenceram os jovens que estavam nas ruas. Ontem, manifestantes gritavam e exibiam cartazes dizendo que "R$ 0,05 não vai ajudar em nada".

Em meio às reivindicações, continuavam ontem as críticas à corrupção, aos gastos com a Copa, à qualidade dos serviços públicos de educação e saúde, ao deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos, à PEC 37, que retira do Ministério Público poderes de investigação e também ao PT.

Uma das preocupações da Polícia Militar, disse o tenente-coronel Alberto Luiz Alves, assessor de comunicação da corporação em Minas Gerais, era com o risco de choque entre um grupo de pessoas ligadas ao PT, portando bandeiras, e demais manifestantes. Até por volta das 22h, nada disso havia ocorrido. O grupo, com cerca de 200 pessoas, segundo Alves, acabou fazendo um ato distante da multidão.

Ontem à noite, em Porto Alegre, cerca de 15 mil pessoas participaram da manifestação contra as tarifas de ônibus, apesar da chuva e do frio. Os manifestantes se dividiram em três grandes grupos e caminharam por várias ruas do centro da cidade, gritando palavras de ordem contra a depredação.

A Brigada Militar acompanhou o protesto e o policiamento foi reforçado em frente ao Palácio Piratini, sede do Governo estadual e um dos possíveis destinos dos manifestantes. (Valor Econômico)