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19 de Abril de 2024
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    MP e Saúde divulgam laudos que confirmam ferro no açúcar

    Laudos confirmam a presença de ferro em duas marcas de açúcar comercializadas em Minas: Bonzão e Doce Mel. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Ministério Público divulgaram exames que atestaram a ocorrência de ferro em amostras dos dois açúcares. No entanto, os pedaços encontrados no pacote da segunda marca não apresentam risco à saúde humana, segundo nota da SES. Além disso, o MP determinou a apreensão e suspensão de fornecimento de mais quatro marcas em Divinópolis, na Região Centro-Oeste. Além da Doce Mel, proibida de ser comercializada há duas semanas, os rótulos Bonzão, Campo Doce, Tip Top e Maxçúcar apresentaram, em exames preliminares, contaminação com materiais ferromagnéticos, como cobalto, níquel e ferro.

    Exame concluído ontem pela Diretoria de Vigilância de Alimentos, ligada à SES, comprovou a presença de ferro na análise do açúcar Bonzão coletado em Congonhas, na Região Central do estado. A empresa já foi notificada para que adote medidas de adequação do processo de produção. A presença de ferro no açúcar denota falhas no processo de produção, devendo as empresas notificadas adotar, imediatamente, as medidas de controle, informa a nota da Secretaria Estadual de Saúde.

    O laudo oficial que comprova a contaminação do açúcar Doce Mel também foi entregue ao Ministério Público de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O documento diz que a marca não atende à legislação vigente devido à presença de materiais estranhos (partículas ferrosas de diferentes tamanhos). As partículas variam de um a nove milímetros e o consumo é prejudicial à saúde. De acordo com o promotor Sérgio Gildin, a empresa será notificada e deverá informar, entre outras coisas, em quantos municípios o açúcar é comercializado. Por enquanto, a venda foi suspensa apenas em Divinópolis. Não sabemos se outras cidades da região comercializam o produto. Mais informações serão colhidas.

    O promotor acrescenta que o Ministério Público de BH poderá ser acionado, dependendo da abrangência da comercialização do produto, e não descarta a possibilidade de haver uma proibição da venda no estado ou no país. Precisamos averiguar como aconteceu essa contaminação. Esses serão os próximos passos, diz. A promotoria aguarda ainda o laudo oficial das marcas Maxçúcar, Tip Top e Campo Doce, que também foram retiradas das prateleiras de supermercados da cidade.

    Em pelo menos sete municípios mineiros, incluindo a capital, pessoas reclamaram ao Ministério Público e a órgãos municipais de saúde da ocorrência de pedacinhos negros em pacotes de açúcar cristal, o que levou a Justiça a suspender a comercialização da marca Doce Mel, em Divinópolis. Apenas passando um imã pelo saco plástico, é possível atrair as partículas.

    Em nota, a SES explica que a ocorrência de ferro pode ser uma falha no controle de produção. Na etapa seguinte à evaporação do caldo de cana, o açúcar passar por tubos que podem desprender material ferroso, podendo pedaços serem incorporados ao açúcar cristal. As partículas são chamadas de ponto preto e devem ser eliminadas por métodos que permitam sua retirada. Para monitorar o controle de qualidade das linhas de produção, a Diretoria de Vigilância de Alimentos determinou que sejam feitas inspeções nas duas usinas de açúcar cristal localizadas em Minas.

    Investigação continua

    O Ministério Público apura a origem do problema. A principal suspeita é que tenha ocorrido uma contaminação em cadeia, iniciada por um fornecedor paulista (da região de Ribeirão Preto, em SP), comum a todas as marcas, e, por consequência, o problema teria se repetido com várias empresas empacotadoras que adquiriram o açúcar. Uma das hipóteses investigadas é que tenha ocorrido problema com o maquinário do fabricante, pois o produto chega às fábricas em sacos lacrados e a contaminação no processo de empacotamento seria mais complicada por ter se repetido em marcas diferentes. Dependendo da extensão do problema, o MP pode determinar a suspensão da venda dos produtos no restante do estado. Caso os danos aos organismos seja acentuado, a promotoria pode processar criminalmente as empresas responsáveis pelas marcas ou o fornecedor do açúcar. (Estado de Minas)

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