Gurgel ainda vai analisar depoimento de Valério
Procurador estava aguardando fim do julgamento para iniciar análise
Nota do Ministério Público nega Informação de que procurador já pediu investigação de Lula
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda vai analisar o depoimento do empresário Marcos Valério prestado em setembro, segundo nota divulgada ontem pela assessoria do Ministério Público Federal. A nota nega informação veiculada ontem pelo jornal "O Estado de São Paulo" dizendo que Gurgel já teria decidido enviar o caso para a primeira instância, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria investigado a partir de afirmações de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ser o operador do mensalão, de que o esquema pagou despesas pessoais do ex-presidente.
De acordo com a nota, Gurgel "ainda não iniciou a análise do depoimento de Marcos Valério, pois aguardava o término do julgamento" do mensalão. Essa análise será iniciada somente na próxima semana.
Mas uma fonte familiarizada com o assunto disse, sob a condição de anonimato, que Gurgel, que está em férias e retorna ao trabalho na próxima semana, enviará mesmo o caso à primeira instância. Como Lula não tem mais foro privilegiado, a investigação ocorreria na primeira instância.
A fonte ponderou, apenas, que isso, por si só, não significa que ocorrerá uma investigação. Segundo informações divulgadas pelo jornal anteriormente, Valério disse no depoimento que Lula sabia das negociações do esquema de compra de apoio político no Congresso. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoíno e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que, segundo o STF, formavam o núcleo político do mensalão, foram condenados pela corte.
Gurgel enviou no último ano à primeira instância acusações de que Lula teria pressionado ministros do STF a não julgarem o mensalão antes das eleições municipais, caso que acabou arquivado pelo MPF.
A assessoria de Lula informou que ele não irá se manifestar até uma decisão oficial de Gurgel. Já o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, divulgou nota lamentando o teor da reportagem do jornal. (Brasil Econômico)
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