Criminalistas repudiam delação premiada
Treze anos depois que a legislação brasileira passou a prever a delação premiada, alguns dos principais criminalistas do país se recusam a aceitar clientes que denunciam esquemas criminosos. A legislação estimula os acusados a colaborar com investigações criminais em troca de benefícios como redução e até perdão da pena.
"Eu não trabalharia para ninguém que fizesse a delação", afirma o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defendeu o publicitário Duda Mendonça no processo do mensalão. "Não sou do Ministério Público e não sou polícia", disse.
Para o ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, o Estado não deveria incentivar alguém a trair seus pares, mesmo que para denunciar um esquema criminoso. "Não gosto da instituição da delação premiada. Mexe com os piores instintos do ser humano", afirma Thomaz Bastos, que defendeu o ex-executivo do Banco Rural José Roberto Salgado, um dos condenados no julgamento do mensalão. (O Tempo)
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