País terá mapa de crimes eleitorais

A Justiça Eleitoral está preparando, com a ajuda da Polícia Federal, um aparato para identificar e reprimir caixa dois, compra de votos e transporte de eleitores, entre outros crimes, durante as campanhas eleitorais deste ano. Também na tentativa de se antecipar aos possíveis crimes eleitorais, a Polícia Federal fez um mapa das irregularidades mais frequentes registradas nas últimas eleições em todo o país. São dados sobre inquéritos e denúncias relacionados a caixa dois e compra de votos, entre outras ilegalidades, de acordo com a região do país. A partir do mapa, a polícia criará unidades especiais para coibir os crimes mais comuns em cada cidade, estado ou região. A ordem é agir com rapidez para coibir os crimes e, com isso, evitar prejuízos ao processo eleitoral.

A Polícia Federal deverá abrir investigações criminais toda vez que se deparar com sinais de gastos incompatíveis com os valores declarados pelo candidato aos tribunais eleitorais. Até as últimas eleições, a polícia e o Ministério Público dependiam de denúncias específicas para iniciar qualquer investigação.

Nos casos mais graves, a Justiça Eleitoral deverá autorizar até mesmo o uso de grampos.

As iniciativas contra caixa dois já estão sendo acertadas entre o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o ministro do STF Ricardo Lewandowski e dirigentes da Polícia Federal. Lewandowski assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 23. A ideia de elaborar o mapa dos crimes eleitorais e abrir investigação a partir de sinais de gastos excessivos é uma tentativa de dar eficácia às ações da Justiça Eleitoral, da Polícia Federal e do Ministério Público contra abusos em campanhas eleitorais.

Nos últimos anos, autoridades de vários setores da administração pública anunciaram medidas rigorosas contra crimes eleitorais, que surtiram pouco efeito prático. Muitos crimes, principalmente os mais graves e complexos, só eram esclarecidos tempos depois das eleições, quando os infratores já estavam diplomados e fora do alcance de qualquer punição por parte da Justiça Eleitoral. (O Globo)